"Falta incentivo para o surfe em Natal"
Quando pegou suas primeiras ondas na Praia de Ponta Negra, o jovem Jadson André não imaginava que alguns anos depois venceria uma etapa do Circuito Mundial de Surfe tendo como finalista o decacampeão mundial do esporte, Kelly Slater. Agora Jadson pode incluir o feito em seu currículo entre tantas outras façanhas que conquistou no ano passado. Além de vencer o "Pelé das ondas", o surfista potiguar de 21 anos conseguiu se manter na elite do surfe mundial em 2011, algo que ele mesmo considera como sendo mais difícil do que chegar lá. Somente dois brasileiros (Jadson e Adriano de Souza) conseguiram se manter no WCT para este ano. Em entrevista ao Diário de Natal, Jadson André relembra os melhores momentos do ano especial em sua carreira, fala das metas para 2011 e aproveita para criticar a falta de incentivos para o esporte na capital potiguar.
Mesmo com um litoral extenso e propício para a prática do surfe, nem Governo do Estado e muito menos prefeitura municipal possuem projetos para o incentivo e a formação de novos atletas. Os surfisas que hoje conseguem sobreviver da prática esportiva dependem praticamente do apoio da família e de outros surfistas. Foi o caso de Jadson que chegou à elite graças a ajuda de outros colegas de onda como Kalunga, Danilo Costa e Marcelo Nunes.
Entrevista >> Jadson André
Qual foi o melhor momento do seu ano de 2010 dentro da elite do surfe mundial?
Jadson André: Sem dúvida foi quando consegui vencer Kelly Slater na etapa do Brasil, em Florianópolis. Aliás, esse foi o maior momento de minha carreira até então. Ainda foi mais especial por ter sido aqui no Brasil, com a torcida dos brasileiros e de meus amigos.
E com a vitória da etapa no Brasil como ficou sua posição final do WCT em 2010?
No total eram 32 surfistas de todo o mundo, sendo quatro brasileiros. No meio do ano teve um corte e apenas 22 ficaram, sendo eu e Adriano de Souza os únicos brasileiros remanescentes. Ao final de todas as etapas eu fiquei em 13º e Adriano em 10º.
Quanto brasileiros participarão do WCT em 2011?
Serão cinco. Além de Adriano e eu, outros três brasileiros conseguiram se classificar através do ranking da APS (Heitor Alves, Raoni Monteiro e Alejo Muniz).
O que é mais difícil: se classificar para o WCT ou se manter na elite?
Sem dúvida se manter é mais difícil. Tanto que eu não imaginava que já no primeiro ano que consegui chegar lá eu conseguiria permanecer entre os melhores. É preciso muito esforço para ficar entre os 22 melhores e não ser cortado no meio da competição.
Então a sua meta para 2011 é também se manter no WCT?
Sempre temos que pensar em evoluir. Mais do que me manter no WCT, minha meta para 2011 é melhorar minha posição no ranking da ASP, se possível ficar no Top 10.
Qual foi o melhor momento do seu ano de 2010 dentro da elite do surfe mundial?
Não acredito que a etapa venha para Ponta Negra. Não pelo mar, pois outras etapas são realizadas em locais com ondas menores do que as nossas. O problema é a total falta de incentivos pelo poder público para trazer competições de alto nível para nossa cidade. Natal precisa de uma pessoa dedicada à molecada que está começando a surfar em Ponta Negra.
E quando você estava começando, teve ajuda de alguém para chegar à elite do surfe?
Só cheguei onde cheguei graças ao apoio de grandes surfistas profissionais daqui do estado, como Kalunga,Danilo Costa e Marcelo Nunes. Eles me deram toda suporte necessário no início da minha carreira e não pediram nada em troca. É isso que eu vou fazer agora. Vou apostar em um moleque daqui de Ponta Negra, dar todo o apoio que ele precisar, mas sempre sem intenção de lucrar com ele. A minha maior satisfação é que ele possa chegar onde eu cheguei.
![]() Potiguar aprendeu a surfar nas ondas da praia de Ponta Negra Foto: Ana Amaral/DN/D.A Press |
Entrevista >> Jadson André
Qual foi o melhor momento do seu ano de 2010 dentro da elite do surfe mundial?
Jadson André: Sem dúvida foi quando consegui vencer Kelly Slater na etapa do Brasil, em Florianópolis. Aliás, esse foi o maior momento de minha carreira até então. Ainda foi mais especial por ter sido aqui no Brasil, com a torcida dos brasileiros e de meus amigos.
E com a vitória da etapa no Brasil como ficou sua posição final do WCT em 2010?
No total eram 32 surfistas de todo o mundo, sendo quatro brasileiros. No meio do ano teve um corte e apenas 22 ficaram, sendo eu e Adriano de Souza os únicos brasileiros remanescentes. Ao final de todas as etapas eu fiquei em 13º e Adriano em 10º.
Quanto brasileiros participarão do WCT em 2011?
Serão cinco. Além de Adriano e eu, outros três brasileiros conseguiram se classificar através do ranking da APS (Heitor Alves, Raoni Monteiro e Alejo Muniz).
O que é mais difícil: se classificar para o WCT ou se manter na elite?
Sem dúvida se manter é mais difícil. Tanto que eu não imaginava que já no primeiro ano que consegui chegar lá eu conseguiria permanecer entre os melhores. É preciso muito esforço para ficar entre os 22 melhores e não ser cortado no meio da competição.
Então a sua meta para 2011 é também se manter no WCT?
Sempre temos que pensar em evoluir. Mais do que me manter no WCT, minha meta para 2011 é melhorar minha posição no ranking da ASP, se possível ficar no Top 10.
Qual foi o melhor momento do seu ano de 2010 dentro da elite do surfe mundial?
Não acredito que a etapa venha para Ponta Negra. Não pelo mar, pois outras etapas são realizadas em locais com ondas menores do que as nossas. O problema é a total falta de incentivos pelo poder público para trazer competições de alto nível para nossa cidade. Natal precisa de uma pessoa dedicada à molecada que está começando a surfar em Ponta Negra.
E quando você estava começando, teve ajuda de alguém para chegar à elite do surfe?
Só cheguei onde cheguei graças ao apoio de grandes surfistas profissionais daqui do estado, como Kalunga,Danilo Costa e Marcelo Nunes. Eles me deram toda suporte necessário no início da minha carreira e não pediram nada em troca. É isso que eu vou fazer agora. Vou apostar em um moleque daqui de Ponta Negra, dar todo o apoio que ele precisar, mas sempre sem intenção de lucrar com ele. A minha maior satisfação é que ele possa chegar onde eu cheguei.